As abelhas carnívoras que desenvolveram bactérias intestinais especiais para se alimentarem de carne.

As abelhas carnívoras que desenvolveram bactérias intestinais especiais para se alimentarem de carne. É de conhecimento de todos, um fato, que a maioria das abelhas conhecidas e que fazem parte do cotidiano humano, se alimentam de pólen e néctar. Mas, por incrível que pareça, uma novidade até para um professor de física como eu, algumas espécies se tornaram carnívoras, substituindo os prados floridos por cheio de pólen e néctar, por carcaças de animais.

Os cientistas das universidades California-Riverside, Columbia e Cornell estudaram a flora intestinal (ou microbiota) das chamadas abelhas “abutres” na Costa Rica. Eles descobriram que os intestinos das abelhas são ricos em bactérias que gostam de ácido, similares àquelas encontradas em abutres, hienas e outros animais que se alimentam de carne podre. Essa semelhança explica também a semelhança comportamental entre as abelhas e os outros animais citados acima. O estudo foi publicado na última terça-feira (23) no jornal acadêmico mBio, editado pela American Society for Microbiology.

Para ser ter uma ideia da particularidade desse comportamento carnívoro das abelhas, apenas três espécies de abelhas em todo o mundo se desenvolveram de maneira a obter sua proteína exclusivamente a partir de carcaças — e elas vivem apenas em florestas tropicais. (Existem cerca de 20 mil espécies conhecidas de abelhas, em sete famílias distintas. Algumas espécies, como as abelhas, zangões e abelhas sem ferrão, vivem em colônias, enquanto outras são insetos solitários.) No entanto, existem outras espécies de abelhas que podem consumir carcaças de animais quando disponíveis, mas elas também se alimentam de pólen e néctar, de acordo com a pesquisa. O intestino de abelhas e de zangões são colonizados pelos mesmos cinco principais microrganismo, e elas mantiveram essas bactérias por cerca de 80 milhões de anos, segundo o estudo. Os pesquisadores queriam descobrir de que maneira os intestinos das abelhas “abutres” se diferem.

Pesquisadores descobriram que os intestinos de abelhas “abutres” são ricos em bactérias similares às encontradas em abutres, hienas e outros animais que se alimentam de carcaças.Divulgação/Acervo pessoal


Procedimento para a descoberta

Os cientistas montaram 16 postos com 50 gramas de frango cru balançando em galhos a 1,5 metro de altura. Para evitar formigas, eles revestiram as cordas com vaselina. Assim evitou a interferência de outras espécies nos resultados do estudo. Então, eles conseguiram coletar 159 abelhas no total, incluindo, para comparação, abelhas que se alimentam de pólen e de carne e abelhas “vegetarianas” que se alimentam exclusivamente de pólen e néctar.



Depois de estudar a flora intestinal das abelhas, extraindo DNA de seus abdomens, os pesquisadores notaram que as abelhas “abutres” haviam perdido parte dos microrganismos principais, que a maioria das abelhas tem, e que haviam desenvolvido um intestino mais ácido.


Créditos: Abutres carnívoros desenvolveram bactérias intestinais especiais para se alimentarem de carne, CNNESPANOL. Disponível em: https://cnnespanol.cnn.com/2021/11/24/abejas-carnivoras-bacterias-intestinales-festin-carne-trax/?fbclid=IwAR1b86JyipQGyUuRJnCjJowx9t2sHrasd3isWqE5Vsd9RCUYUk9aimDvs6s

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem