Cientistas brasileiras desenvolvem método que detecta câncer de mama pelo sangue

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Há mais de uma década, cientistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) trabalham na investigação de indicadores presentes no sangue, chamados tecnicamente de biomarcadores, que podem trazer novas respostas sobre o câncer de mama.
O objetivo central da pesquisa é poder identificar doença ainda em fase inicial. O diagnóstico precoce contribui para evitar a metástase, que consiste no espalhamento das células cancerígenas para outras partes do corpo.

Um método desenvolvido pelas pesquisadoras da UFU, chamado biópsia líquida, permite a realização do diagnóstico de forma menos invasiva que em outros exames.

Na tecnologia, o sangue é coletado e passa por uma centrífuga que separa as suas partes. Em um segundo momento, são observadas as partes sanguíneas em um equipamento chamado citômetro de fluxo, que permite identificar a presença ou a ausência de células tumorais malignas ou benignas. 

“Trata-se de um exame de imagem que permite detectar lesões especialmente nas mamas mais jovens e densas. Com o exame, é possível visualizar nódulos, cistos, secreções nos mamilos, espessamento do tecido mamário e outras alterações. Esse exame é recomendado especialmente para mulheres jovens e gestantes, e como exame complementar à mamografia”, explica a enfermeira Lara de Andrade Marques, que participa do estudo.

As pesquisadoras afirmam que os biomarcadores tumorais circulantes, que são classificados como “biópsia líquida”, têm grande relevância no rastreamento precoce e não-invasivo do câncer. Segundo elas, a pesquisa pode possibilitar a detecção do câncer de mama em fases iniciais e sem causar dor ou desconforto às pacientes.

“Vamos trabalhar para que o teste chegue o quanto antes à população. Porém, há um caminho a ser seguido para que isso aconteça. Atualmente, contamos com a parceria de uma empresa e estamos em fase de validação dos dados, com confirmação dos resultados em um número maior de pacientes. A seguir, solicitaremos autorização das agências reguladoras para incluir a metodologia na prática clínica e poder, futuramente, ser distribuída no Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz Yara.

As pesquisas são contínuas – e neste momento os alunos investigam outros biomarcadores na corrente sanguínea. “No nosso Hospital de Clínicas, quando uma mulher é indicada para biópsia por suspeita de câncer de mama, ela pode ser incluída em nossa pesquisa. Caso aceite participar, será acompanhada ao longo do tratamento em momentos-chave, como antes e após cirurgias”, conclui.

Fonte CNN Brasil 




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