O cientista russo que enfiou a cabeça em um acelerador de partículas.

O cientista russo que enfiou a cabeça em um acelerador de partículas.

Os prótons passaram pela cabeça, da parte de trás do pescoço até o nariz.

Ao contrário do que os médicos esperavam, ele sobreviveu.




Em 13 de julho de 1978, em um acelerador de partículas perto de Moscou, Anatoli Bugorski cometeu um erro de mudança de vida: ele enfiou a cabeça no acelerador, ativado naquele momento, sendo perfurado por um feixe de prótons.

Aceleradores de partículas, que acionam partículas carregadas em velocidades extremas, são usados para descobertas científicas. É uma máquina capaz de acelerar prótons, elétrons ou átomos carregados, confinando-os em feixes estreitos, com velocidades próximas da velocidade da luz, por meio da aplicação de intensos campos elétricos e magnéticos. Os aceleradores de partículas são usados para investigação científica e, também, para a produção de radiação síncroton. 

Os mais simples aceleradores de partículas são o gerador de Van der Graaf e o tubo de raios catódicos (usado nas televisões CRT, também conhecidas como TVs de tubo), ambos aceleradores lineares e eletrostáticos. Lineares por que fazem com que as cargas elétricas ganhem velocidade ao longo de uma trajetória retilínea, e eletrostáticos por operarem com campos elétricos constantes, ou seja, que não variam com o tempo.

Mas o que acontece quando um humano fica em seu caminho? A história de Bugorski oferece uma resposta incomum.

Inesperadamente, Bugorski não sentiu dor quando o feixe de prótons o atingiu, ele só viu um flash "mais brilhante do que mil sóis". Apesar do impacto, ele completou seu dia de trabalho sem contar a ninguém o que aconteceu.

Os médicos esperavam o pior. Transferidos para uma clínica em Moscou, eles se prepararam para sua morte iminente, causada pela imensa radiação recebida. Mas, contra todas as probabilidades, Bugorski sobreviveu.

Dias após o acidente, os pontos de entrada e saída da viga começaram a descascar. Embora Bugorski não tenha inicialmente sofrido dor, os efeitos a longo prazo começaram a se manifestar.

Com o tempo, ele perdeu a audição do ouvido esquerdo e sofria de zumbido constante. Seu rosto esquerdo estava paralisado e as convulsões se tornaram uma parte frequente de sua vida.

Apesar dos desafios, Bugorski não só sobreviveu, mas continuou sua carreira. Ele completou seu doutorado e assumiu um papel importante como coordenador de experimentos de física.

O acidente permaneceu secreto por anos, escondido pela política soviética sobre energia nuclear. Não foi até depois do desastre de Chernobyl que a história de Bugorski foi tornada pública.

Em 1996, Bugorski solicitou o status de deficiente, um pedido que lhe foi negado. Apesar dos obstáculos burocráticos, ele continuou com sua vida, marcada por sua experiência única.

Aos 78 anos, Anatoli Bugorski ainda está vivo, testemunhando a extraordinária capacidade de sobrevivência humana diante da adversidade e da ciência em suas formas mais extremas.

Hoje, o incidente serve como um estudo de caso incomum sobre os efeitos da radiação no corpo humano, oferecendo perspectivas únicas para a comunidade científica.

Agora, deixe a curiosidade científica não levá-lo a repetir o experimento de Bugorski. Sua história é um lembrete para sempre respeitar as medidas de segurança na pesquisa.

Créditos https://twitter.com/tusmedios/status/1771143670713967005?t=Jhjp_yfVqbWyuW8DuUVYFA&s=19

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